Achei minha vocação! – Um testemunho

29 nov 2013
Imagem: Google
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Foi com um enorme prazer que pude captar toda a vibração da Ana Paula Giamarusti.ao ouvir o meu chamado, aceitar a minha convocação no artigo http://www.projetandopessoas.com.br/voce-escutou-voz-da-sua-vocacao/, e descrever a sua história, fazendo essa declaração tão forte!
Que bela trajetória!
Pedi autorização para compartilhar a sua história no Projetando Pessoas, pois creio que será muito interessante para empolgar outras pessoas rumo à busca da sua verdadeira missão de Vida!

Segue seu testemunho:

“Olá Sandra!

Vi seu post no grupo da Sam Shiraishi e me interessei pelo assunto.
Como você pediu uma resposta via email, segue a minha, que é longa, mas você entenderá bem porquê.
Vi sua história e por isso resolvi escrever!

Aos 14 anos tive meu primeiro emprego, numa locadora de vídeos.
Com 16 fui ser vendedora temporária no Shopping Ibirapuera.
Simplesmente porque queria ganhar meu dinheiro, gosto de atender pessoas e não gosto de coisas que não são dinâmicas!

Fiz Colegial técnico (em Nutrição e Dietética), na ETE GV, no Ipiranga.
Só fui fazer o curso porque sempre fui boa aluna e uma professora me indicou a GV, que eu nem conhecia. Não havia tantos cursos como hoje (isso aconteceu em 1991).
Morava em Santana, na casa dos meus tios.
Quase no 3º ano (eram 4 anos de ensino técnico), voltei a morar com meus pais em Jundiaí, mas não quis desistir do curso.

No último ano, com 17 anos vim morar sozinha em SP e fazer os estágios: um na Unisys (na cozinha industrial deles) e outro no Hospital D. Pedro II.
Na Unisys tive oportunidade de fazer muitos cursos de informática, e fiquei lá por 1 ano.
Mas a Nutrição não me encantou, na prática, apesar de adorar estudar sobre ela (até hoje o assunto é um dos meus preferidos).
Depois, no Hospital, não tive maturidade suficiente para não me envolver com as pessoas doentes e suas famílias. Aquilo não era para mim, com certeza, apesar de gostar da área de saúde mais do que a da indústria.

Então fiquei sem emprego e achei uma vaga para ser professora de MS-DOS, Lotus, Wordstar, e começando o Windows 95, numa rede de informática chamada Data Byte.
Achei a vaga interessante e fui fazer a entrevista.
Apesar de nunca ter dado aula antes, sempre fui muito comunicativa e a irresponsabilidade dos meus 18/19 anos fez com que eu topasse a ideia, apesar da distância imensa entre minha casa e o local do trabalho.
O fato é que fui muito bem, virei coordenadora da unidade, a rede estava começando a virar franquia, e fui promovida para o escritório, para redigir as apostilas e os manuais, e fazer os contatos com os franqueados, dar o suporte que eles precisassem ( o que incluía entrevistar candidatos para recepção, professores, coordenadores, treinar esse pessoal, visitar as unidades…).
Na Data Byte tive muitas chances de aprender também, e fiz muitos cursos na área de Franchising.

Em 1996, já na Data Byte e formada em Nutrição, fui fazer Processamento de Dados no Mackenzie.
Mas não tive dinheiro para pagar a faculdade, e tive que trancar o curso ainda no primeiro ano.

Fiquei 2 anos sem fazer faculdade, apenas cursos livres, e juntando dinheiro para conseguir pagar a faculdade que queria fazer.

Em 1998 comecei a estudar Direito na USJT, porque almejava um emprego público.
Estava cansada da instabilidade da área privada, e como tinha que me manter integralmente (faculdade, aluguel, condomínio, plano de saúde, etc.), vi no concurso público uma oportunidade para conseguir me planejar financeiramente.
Mas o proprietário da Data Byte não gostou muito da ideia, até tentou me convencer a fazer um curso mais interessante para a empresa, que ele até pagaria, mas eu não fui convencida.

Em 1999 escrevi um livro de Access 2000, pela Editora Terra.

Em 2000 fui fazer entrevista em dois locais: Livrarias Siciliano e AOL.
Fui aprovada nas duas, mas optei pela Siciliano porque sempre adorei ler e achei que ia ser muito feliz numa rede de livrarias.
Entrei na empresa para formatar o projeto de franquia deles, mas acabei me tornando supervisora de lojas, depois gerente de e-commerce e depois, gerente de franquias.
Mas aí eu me formei no Direito e saí da Siciliano para estudar para um concurso público.

Passei o ano de 2003 só estudando, pois havia conseguido me planejar financeiramente para isso.
Em 2004 comecei a trabalhar no Ministério Público Federal, na Procuradoria Regional (lida com os Tribunais).
Meu sonho tinha acontecido!
Mas depois da euforia inicial, percebi que não estava feliz.
Comecei a ficar doente (crises alérgicas), e constatei que era o trabalho que me fazia mal.
Difícil decisão, mas em 2005 pedi exoneração.
Meu chefe não queria aceitar, me propôs mudar de área, de cidade, enfim, queria me convencer da minha má decisão, mas fui firme.
E não me arrependo.
Claro que essa decisão impactou a vida financeira da minha casa (já estava casada à época, mas meu marido apoiou a minha decisão por ver que eu não estava feliz).

Em 2006, prestando outros concursos e já passando para algumas “segundas” fases, fiquei grávida, e não quis retornar aos estudos nem ao emprego: quis ser mãe em tempo integral.
Mas eu nunca tinha sonhado em ser mãe.
Meu sonho, até então, era ser uma “super profissional”.
Por conta dessa mudança, eu, meu marido e meu filho nos mudamos até de cidade: saímos de SP e viemos para Cotia, para uma casa com quintal.
Mas abracei de verdade minha nova “profissão”: ser mãe e dona de casa!

Fiquei em casa 2 anos com ele (quando ele começou a frequentar uma escola Waldorf, à tarde), e quando meu filho estava com 3 anos comecei a fazer roupas com uma costureira.
Sempre gostei de moda, entre os mais diversos interesses que possuo.
Então começamos a fazer roupas femininas, e fui muito feliz nisso!
Eu criava os modelos, comprava os tecidos e vendia num esquema “porta a porta” para as amigas e conhecidas, e o círculo foi se ampliando cada vez mais!
Vendemos muito e todas gostavam de nossas roupas!
Mas a distância e a logística da minha vida pessoal em conflito com a profissional me fizeram optar por abrir mão das roupas.

Por conta das roupas, comecei um blog, para divulgá-las.
Mas adorei escrever num blog e não desisti.
Fui fazer curso de corte e costura, para aprender melhor sobre o ofício.

Em 2011 engravidei novamente, algo planejado por mim e meu marido.
No início da gravidez, tive uma oportunidade de voltar ao mercado de trabalho, no varejo, numa loja de roupas infantis.
Fiz a entrevista, e mesmo me declarando grávida (ainda não dava para perceber), eles quiseram me contratar.
Consegui conciliar família e emprego, pois trabalhava a partir de casa e só ia para as lojas aos finais de semana ou em reuniões, quando me revezava com meu marido.

Claro que por conta dessa carga horária diferente meu salário não era “aquela” maravilha, mas nunca achei ruim, muito ao contrário!
Sempre fui muito feliz fazendo algo que gostava e podendo conciliar isso com minha prioridade: meus filhos. Fiquei lá até Outubro/2013, e resolvi sair porque os donos quiseram mudar o perfil da empresa e não acredito nessa mudança.
Preferi abrir mão do salário, pois não me via fazendo algo que não acredito.

Então pedi a Deus (não tenho uma religião mas tenho muita fé) que me mostrasse meu caminho.
Não consigo mais ser feliz apenas ficando em casa.
Não quero abrir mão da minha casa nem da minha família, mas também quero fazer algo mais.
O conflito de 99% das mães…
Pensei muito e por mais utópico que pareça, não quero mais simplesmente ajudar outras pessoas a ganhar dinheiro.
Quero ajudar as pessoas a serem mais felizes!
Claro que sei da importância do dinheiro e preciso dele.
Mas não preciso de muito!
E nisso, achei minha verdadeira vocação: quero dar aulas de cidadania em escolas (Primeiro projeto) e fazer mediação de conflitos (seria uma segunda etapa desse projeto, mas sobre isso posso te contar melhor). Como não posso fazer isso apenas de forma voluntária (adoraria ter dinheiro suficiente para fazer isso sem precisar ganhar nada), estou nesse momento buscando escolas que “comprem” esse projeto, para que eu consiga fazer isso em locais que não possam pagar por ele (escolas públicas, comunidades, ONGs sérias…)

Enfim, os projetos estão em minhas mãos e me sinto cada vez mais confiante de que realmente esse é o meu caminho!
Achei minha vocação!
Sempre admirei as pessoas que desde a infância já sabem o que querem profissionalmente, e se aposentam sendo felizes naquilo.
Eu demorei para chegar nisso, por vários motivos.
Mas, por agora, eu diria que cheguei.
Como estou com 36 anos e pretendo morrer bem velhinha, acredito que possa ser feliz fazendo isso por mais 60!

http://blogmulheraocubo.blogspot.com.br/2013/09/amor-pleno-e-incondicional.html

Muito Obrigada pela oportunidade de compartilhar minha história contigo!

Ana Paula Giamarusti.”

Querida
Siga em frente, você já percorreu diversos caminhos e já se encontrou, agora o seu brilho iluminará seus passos!