A ditadura do excesso de trabalho

24 nov 2011
mulheres-inteligentes

Semana passada adquiri uns livros pela internet. Eles chegaram, eu os desembalei, mas como era muito tarde e eu estava exausta, não consegui nem folheá-los. Hoje, fui arrumar meu quarto e peguei a pilha de livros novos para arrumar na estante dos “Livros a Ler”.

Bem, esse livro, caiu da pilha em minha mão, e ficou no chão aberto na seguinte página:

“C.K. era uma empresária bem-sucedida.
Mulher analítica, forte, segura, determinada.
Sempre soube o que queria.
Não precisava do apoio dos outros para fazer o que achava correto.
Empreendedora, se as oportunidades não lhe batessem à porta, não havia problema, ela as criava.

Sonhadora, se precisava inovar sua empresa e injetar ânimo aos funcionários, ela mesma dava-lhes um choque intelectual.
Corajosa, quando precisava expandir sua empresa, olhava as perspectivas e, se seu caixa não fosse suficiente, ia ao banco.

Era uma mulher leoa, com incrível garra.
Generosa, todos gostariam de estar ao lado dela.
Cresceu muito, expandiu sua cadeia de lojas, tinha centenas de funcionários e um lucro significativo.
Era uma mulher admirável no mundo dos negócios, mas deixou de ser no mundo emocional.
Cometeu um erro capital: esqueceu-se de si mesma.
E, além disso, como desconhecia a teoria do Eu como gestor psíquico, caiu numa grave armadilha, a armadilha do sucesso.

Por favor, gravem esta tese: o sucesso é mais dificil de ser trabalhado que o fracasso.
O risco do sucesso é se tornar uma máquina de trabalhar, uma máquina de atividades.
Raramente uma mente brilhante, uma pessoa bem-sucedida como profissional liberal, no mundo das empresas, nas universidades e da política, não se enreda nas tramas dessa armadilha.

Nossa empresária teve sucesso profissional e insucesso emocional.
Desenvolveu uma mente intensamente ansiosa, agitada, hiperpensante.
E você?
Tem sucesso emocional?
Vive com prazer e tranquilidade ou é também uma máquina de atividades?
Algumas pessoas querem ser as mais ricas e bem-sucedidas do cemitério, morrem antes de fechar os olhos, não desfrutam a vida.

Ela tinha dificuldade de delegar comandos.
Quem não delega poder não delega a si mesmo o prazer, adoece.
Sua mente não se aquietava nem quando estava em casa ou dormia.
Parecia um africano diante de um predador, um leão, só que o predador estava em sua mente, sugando sua energia.

Estava continuando cansada, estressada, impaciente.
Tinha dores de cabeça,queda de cabelo.
De vez em quando seu coração disparava como um cavalo selvagem.

A mulher sorridente deu espaço para a mulher angustiada.
A mulher ponderada deu espaço para a irritadiça.
Diminuiu o limiar de suportar frustrações.
Nos primeiros anos da empresa era calma, com o sucesso empresarial diminuiu seu limiar de tolerância.

C.K. não era uma mulher autônoma, não sabia falar de si mesma, mas era analítica, pensava antes de reagir.
Porém limitou sua capacidade de análise, em especial, para avaliar quem era, aonde queria chegar e como estava sua qualidade de vida.
Esqueceu que a mais importante empresa, a única que não pode falir, era a sua vida, pois, se falisse, todo o resto desmoronaria.”

Dizem que o universo conspira!
E eu acredito muito nisso!

Obrigada Universo, mensagem captada!

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Do livro: Mulheres Inteligentes, Relações Saudáveis
Augusto Cury
Editora Planeta do Brasil