A mãe que sou

07 maio 2011

mae

Fui mãe aos 33 anos de idade e aos 6 anos de casamento.
Fui mãe de novo aos 40 anos.

Mas já era “mãe”, antes de ter parido, pois fui “boadastra” ou “madrasta” (dependendo do ponto de vista), de 3 maravilhosos enteados.

Casar já tendo enteados, pode ser visto de alguns vários aspectos:

-Começar um relacionamento com responsabilidades de cuidar “filhos” que não são seus;

-Ter responsabilidades e privações(de horário, de compromissos, de vida própria inerentes à uma mãe) por esses “filhos”, que não são seus;

-Cuidar e contribuir na educação desses “filhos”, que não são seus;

-Amar, e amar imensamente, esses “filhos”, que não são seus;

-Sofrer por que, por tudo acima citado, e por mais que você se dedique, ame, cuide, no final você não é “a mãe” dos seus enteados e eles não são seus “filhos”;

Compartilhei momentos incríveis com meus três enteados, desde que eles eram bem pequenos – 3, 5 e 6 anos.

Hoje eles têm 30, 32 e 33 anos.

A primeira febre que cuidei, o primeiro dente de caiu, a fada dentinho, o primeiro dente que quebrou, a chegada do Papai Noel, o tombo na piscina, as pegadinhas do Coelhinho da Páscoa, a queda da escada, as lágrimas ao assistir a Estrelinha do Presépio da Festa de Natal da Escola, as apresentações de Karatê, jiu-jitsu, balé, jazz, de volei, de natação, de bicicross, de motocross, os pontos na testa, os prêmios e medalhas nos campeonatos, o braço quebrado, a choradeira nas cerimônias de primeira-comunhão, os 15 anos, os vestibulares, a responsabilidade dos 18 anos, a entrega da chave de casa, o primeiro carro, a emoção de cada uma das formaturas, a alegria do noivado(o primeiro deles) e da inesquecível preparação e vivência do primeiro casamento da nova geração da família (o primeiro de 5, espero eu que sejam apenas 5 casamentos nessa geração!)!!!

Nunca fui “Mãe Mochileira”, mas já viajei muito com meus enteados, para locais incríveis e, essas experiências de convivência, como “boadastra”, eu compartilharei em outra postagem no futuro.

Também vivo na estrada com minhas filhas! Muitas emoções, muitas alegrias, muitas histórias para contar!

Com todos juntos, só de VAN, hahahaah!!!

Família grande é uma farra nessas horas!

Sempre fui muito responsável com as questões escolares, sejam dos meus enteados, quanto de minhas filhas.

Já tirei férias em dezembro para estudar para prova final de Matemática de um dos meus enteados, e estudávamos quase 7 hs por dia nas 3 semanas que antecediam às provas finais.

Já viajei 4 hs para assistir uma belíssima apresentação de balé da minha enteada e depois retornar na mesma noite, outras 4hs de viagem, para trabalhar no dia seguinte, de manhã cedo, pelo prazer de acompanhar aquele momento tão importante da vida dela!

Quando engravidei da minha primeira filha, meus enteados choraram muito, e o choro não era de ciúmes do pai, mas sim de mim, que segundo eles “eu agora teria minha própria filha e não ligaria mais prá eles”. E isso não ocorreu!

Minhas filhas já tiveram crises de ciúmes dos meus enteados, dizendo que há momentos em que preparo a casa toda, faço(peço para fazer) o prato predileto dos meus enteados, etc, só para agradá-los!!!srrssrsr.

Ou seja, ciúmes em via de mão-dupla!

E hoje olho para trás e vejo essa belíssima grande família unida, amiga, em harmonia, todos os irmãos, sem distinção, próximos e num amor inigualável!

Minha filha menor parece tanto com a minha enteada, que se passam por mãe e filha, ao invés de irmãs!

Minha filha mais velha tem pelos irmãos um carinho enorme!

Meus enteados têm por minhas filhas uma paixão incrível, acompanhando todos os momentos importantes da vida delas!

Tomam conta da altura da barra da saia, ensinaram a andar de bicicleta, deram aulas de direção, acompanham em shows, levam prá parques e cinemas!

E nisso tudo, eu me vejo como mãe e boadrasta realizada, pois conseguimos todos juntos superar diversas dificuldades e moldar uma família plena!

São todos saudáveis, lindos, educados, estudiosos, gentis, responsáveis, seguiram o caminho do bem!

Agradeço a cada um deles, que cada um a sua maneira, me ensinou a ser mãe de verdade e “step-mother” em exercício!

Tive as minhas falhas, errei nesse caminhar, tenho as minhas culpas pelo tempo que não tive em função da vida profissional, mas procurei equilibrar a minha vida, fiz opções de carreira em prol da família, em todos os momentos necessários, e busquei qualidade de vida familiar.

Agradeço às mulheres fortes da minha família que foram e são os meus exemplos – minha muito querida mãezinha, minhas muito amadas avós, minhas tias, minha irmã guerreira, minha sogra querida, minhas cunhadinhas e minha linda sobrinha Tissa (que já é uma super mãe), por terem me prestado todo suporte e orientação para chegar a ser a mãe que sou!

E como diz Roberto Carlos:

-Se chorei ou se sorri, o importante é que emoções eu vivi!!!