Muita gente guarda a vida para o futuro.
Mesmo que a vida esteja na geladeira, se você não a viver, ela se deteriora.
É por isso que muitas pessoas se sentem emboloradas na meia-idade.
Elas guardaram a vida, não se entregaram ao amor, ao trabalho, não ousaram, não foram em frente.
Depois chega um momento em que se conscientizam: “Puxa, passei fome para guardar batatas e elas apodreceram”.
Hoje em dia as pessoas orientam sua vidas baseadas em idéias e métodos que já não tem relação com a própria existência.
Elas não se alimentam corretamente porque sentem medo de tudo: de engordar, de emagrecer, dos agrotóxicos, da contaminação, dos malefícios para essa ou aquela doença.
Quando se sentam a mesa, afirmam que precisam comer carne porque contém proteína, tomar leite porque contém cálcio.
Elas precisam comer isto e aquilo.
Quase ninguém come sem culpa.
Todo o mundo se alimenta seguindo alguma moda.
O alimento deixou de ser comida e se transformou em medicamento.
Solte sua alma, seja você.
Tenha consciência de que, se estiver em paz consigo mesmo, você comerá carne quando tiver vontade e não porque alguém disse que é bom ou ruim.
Você não come açúcar porque está satisfeito e não porque ele é tido como nocivo à saúde.
Mergulhe totalmente na vida.
Chupe a laranja e tire todo o caldo.
Quando a morte chegar encontrará somente o bagaço.
Nada do que você deveria desfrutar estará contido no bagaço, nada do que precisaria viver restará.
Não deixe sua vida ficar muito séria.
Viva como se estivesse num jogo, saboreie tudo o que conseguir, as derrotas e as vitórias, a força do amanhecer e a poesia do anoitecer.
Brinque, mas brinque muito.
A felicidade é feita de muitos sorvetes.