Efeito Capacho

06 jun 2014
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                         Imagem:Google

Esse tema me diz respeito diretamente!

E mergulhei na leitura de Dar e Receber, de Adam Grant, com muita intensidade.

Muitas vezes me sinto diferente em, no mundo corporativo, me preocupar com as pessoas.

Em acreditar, defender e atuar sempre baseada em princípios de que a minha força enquanto lider está na equipe, e não em mim.

São as pessoas que executam os planos táticos da minha estratégia.

São as pessoas que projetam o sucesso do trabalho da equipe, e nos levam muito além do que se imagina poder fazer, superando com a soma e até multiplicação de talentos e habilidades desafios atribuídos ao impossível, muitas vezes.

Adam Grant em seu capítulo 7, fala sobre a “Superação do Efeito Capacho”, e cita dois exemplos de executivos que se doavam projetando pessoas e que tiveram trajetórias opostas:

-Lilian Bauer, formada em Harvard e gestora brilhante e dedicada de uma empresa de consultoria de elite que nunca era promovida pois era generosa demais e precisava aprender a ser mais egoísta, razão por não ter sido promovida à Sócia.

-Jef Geller, executivo da Delloitte Consulting que galgou a trajetória até sócio em tempo record, por estar sempre disposto a dividir seus conhecimentos com todos da empresa, sendo generoso.

Trata os conceitos de altruismo e de alterismo, que são:

Altruísmo é a qualidade de uma pessoa que se preocupa mais com os outros do que consigo mesmo.

Alterismo é um termo que significa entender o mundo através da compreensão da visão do outro, e não tão somente pela própria visão.

Lilian tinha paixão por fazer a diferença, dedicava tempo a organizações sem fins lucrativos que ajudava mulheres a montarem e desenvolverem seus pequenos negócios.

Lilian como consultora, passava inúmeras horas prestando serviço de coaching a novos funcionários, oferecendo orientação profissional a colegas e estimulando colegas a investirem em MBA,etc.

“Quero ajudar as pessoas. Se uma hora do meu tempo significar menos 10 horas de trabalho para outras pessoas ou lhe abrir oportunidades até então inacessíveis, é fácil fazer a escolha e concedê-la!”

Ela era tão generosa que às vezes as pessoas se aproveitavam dela.

Recebeu feedback de que precisava ser mais egoísta, pois passava muito tempo ajudando às pessoas ao seu redor e aos seus clientes, que se desdobrava para atender aos pedidos deles!

Para ela, ser “doadora”, tornou-se um obstáculo para o avanço de sua carreira.

Em sua visão, Lilian considerava que: “Se eu erro por ser generosa demais é porque ponho os outros em primeiro lugar, antes de mim mesma.”

Em pesquisas realizadas em empresas prestadoras de serviços nos Estados Unidos, os funcionários “doadores” apresentam os piores resultados em termos de salários, progresso funcional e promoções!

Jeff Geller, desenvolveu de forma colaborativa um sistema de base de conhecimento, que se chamou JNET, que compartilhava com todos. Sempre pedia contribuições à equipe. Sempre que alguém tinha dúvidas ou questões, recorria a ele. Ele estava sempre pronto a dividir conhecimento. E sua base de dados de informação crescia mais e mais.

Jeff sentia-se muito grato pelo apoio recebido.

E sempre queria passar boas ações a diante.

“É a maneira natural de fazer as coisas. Os indivíduos bem sucedidos são aqueles que ajudam os outros. Adotei espontaneamente essa prática. Percebi que muitas pessoas haviam criado oportunidades para mim, e agora trabalho com afinco para fazer o mesmo por outras pessoas.”

E Jeff diz: “Ser generoso é o que me tornou bem-sucedido aqui”.

Porque a prática da doação atrapalhou a carreira de Lilian e acelerou a de Jeff?

Lilian caiu em 3 armadilhas de ser doadora: excesso de confiança nos outros, de empatia e de timidez.

O importante é agir com menos altruísmo e mais alterismo.

Tornar-se um capacho é o pior pesadelo dos doadores!

Livro: Dar e Receber

Autor: Adam Grant

Editora Sextante

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