“Contei meus anos e descobri que terei menos tempo para viver daqui para a frente do que já vivi até agora.
Tenho muito mais passado do que futuro.
Sinto-me como aquele menino que ganhou uma bacia de jabuticabas.
As primeiras, ele chupou displicente, mas percebendo que faltam poucas, rói o caroço.
Já não tenho tempo para lidar com mediocridades.
Não quero estar em reuniões onde desfilam egos inflados.
Inquieto-me com invejosos tentando destruir quem eles admiram, cobiçando seus lugares, talentos e sorte.
Já não tenho tempo para conversas intermináveis, para discutir assuntos inúteis sobre vidas alheias que nem fazem parte da minha.
Já não tenho tempo para administrar melindres de pessoas, que apesar da idade cronológica, são imaturos.
Detesto fazer acareação de desafetos que brigaram pelo majestoso cargo de secretário geral do coral.
As pessoas não debatem conteúdos, apenas os rótulos.
Meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos, quero a essência, minha alma tem pressa…
Sem muitas jabuticabas na bacia, quero viver ao lado de gente humana, muito humana, que sabe rir de seus tropeços, não se encanta com triunfos, não se considera eleita antes da hora, não foge de sua mortalidade…
Só há que caminhar perto de coisas e pessoas de verdade.
O essencial faz a vida valer a pena.
E para mim, basta o essencial.”
(Mario de Andrade)
Sinto-me como aquele menino que ganhou uma bacia de jabuticabas.
As primeiras, ele chupou displicente, mas percebendo que faltam poucas, rói o caroço.
Já não tenho tempo para lidar com mediocridades.
Não quero estar em reuniões onde desfilam egos inflados.
Inquieto-me com invejosos tentando destruir quem eles admiram, cobiçando seus lugares, talentos e sorte.
Já não tenho tempo para conversas intermináveis, para discutir assuntos inúteis sobre vidas alheias que nem fazem parte da minha.
Já não tenho tempo para administrar melindres de pessoas, que apesar da idade cronológica, são imaturos.
Detesto fazer acareação de desafetos que brigaram pelo majestoso cargo de secretário geral do coral.
As pessoas não debatem conteúdos, apenas os rótulos.
Meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos, quero a essência, minha alma tem pressa…
Sem muitas jabuticabas na bacia, quero viver ao lado de gente humana, muito humana, que sabe rir de seus tropeços, não se encanta com triunfos, não se considera eleita antes da hora, não foge de sua mortalidade…
Só há que caminhar perto de coisas e pessoas de verdade.
O essencial faz a vida valer a pena.
E para mim, basta o essencial.”
(Mario de Andrade)
. Escutatória
19/08/2012 por Mário Campello
Sempre vejo anunciados cursos de oratória. Nunca vi anunciado curso de escutatória. Todo mundo quer aprender a falar. Ninguém quer aprender a ouvir. Pensei em oferecer um curso de escutatória, mas cho que ninguém vai se matricular.
Escutar é complicado e sutil. Diz Alberto Caeiro que “não é bastante não ser cego para ver as árvores e as flores. É preciso também não ter filosofia nenhuma”.
Filosofia é um monte de idéias, dentro da cabeça, sobre como são as coisas. Para se ver, é preciso que a cabeça esteja vazia. Parafraseio o Alberto Caeiro: “Não é bastante ter ouvidos para ouvir o que é dito; é preciso também que haja silêncio dentro da alma”. Daí a dificuldade: a gente não agüenta ouvir o que o outro diz sem logo dar um palpite melhor, sem misturar o que ele diz com aquilo que a gente tem a dizer. Como se aquilo que ele diz não fosse digno de descansada consideração e precisasse ser complementado por aquilo que a gente tem a dizer, que é muito melhor.
Nossa incapacidade de ouvir é a manifestação mais constante e sutil de nossa arrogância e vaidade: no fundo, somos os mais bonitos…
Tenho um velho amigo, Jovelino, que se mudou para os Estados Unidos estimulado pela revolução de 64. Contou-me de sua experiência com os índios. Reunidos os participantes, ninguém fala. Há um longo, longo silêncio. (Os pianistas, antes de iniciar o concerto, diante do piano, ficam assentados em silêncio, […]. Abrindo vazios de silêncio. Expulsando todas as idéias estranhas.). Todos em silêncio, à espera do pensamento essencial. Aí, de repente, alguém fala. Curto. Todos ouvem. Terminada a fala, novo silêncio. Falar logo em seguida seria um grande desrespeito, pois o outro falou os seus pensamentos, pensamentos que ele julgava essenciais. São-me estranhos.
É preciso tempo para entender o que o outro falou.
Se eu falar logo a seguir, são duas as possibilidades.
Primeira: “Fiquei em silêncio só por delicadeza. Na verdade, não ouvi o que você falou. Enquanto você falava, eu pensava nas coisas que iria falar quando você terminasse sua (tola) fala. Falo como se você não tivesse falado”. Segunda: “Ouvi o que você falou. Mas isso que você falou como novidade eu já pensei há muito tempo. É coisa velha para mim. Tanto que nem preciso pensar sobre o que você falou”.
Em ambos os casos, estou chamando o outro de tolo. O que é pior que uma bofetada.
O longo silêncio quer dizer: “Estou ponderando cuidadosamente tudo aquilo que você falou”. E assim vai a reunião.
Não basta o silêncio de fora. É preciso silêncio dentro. Ausência de pensamentos. E aí, quando se faz o silêncio dentro, a gente começa a ouvir coisas que não ouvia.
Eu comecei a ouvir.
Fernando Pessoa conhecia a experiência, e se referia a algo que se ouve nos interstícios das palavras, no lugar onde não há palavras.
A música acontece no silêncio. A alma é uma catedral submersa. No fundo do mar – quem faz mergulho sabe – a boca fica fechada. Somos todos olhos e ouvidos. Aí, livres dos ruídos do falatório e dos saberes da filosofia, ouvimos a melodia que não havia, que de tão linda nos faz chorar.
Para mim, Deus é isto: a beleza que se ouve no silêncio. Daí a importância de saber ouvir os outros: a beleza mora lá também.
Comunhão é quando a beleza do outro e a beleza da gente se juntam num contraponto.
(Rubem Alves)
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. Desafiando tormentas
04/08/2012 por Mário Campello
A indecisão é a pior forma de se tomar uma decisão errada…
Há instantes na vida em que nos defrontamos com situações definitivas: ou você toma a decisão de assumir uma nova relação, ou esta relação morre sem sequer ter começado.
Conheci um amigo que viveu algo semelhante e teve medo em se decidir. Hoje o vejo como alguém entristecido, que mantém um relacionamento falido desde aquela época, e que vive se perguntando como teria sido se tivesse optado por outro caminho. O triste é que ele jamais saberá a resposta. Não há como. A vida, nesses casos, é cruel.
Viver é exatamente isso. Somos instados a tomar decisões quase o tempo todo. Decisões pequenas, decisões gigantescas.
Muitas vezes preferimos a zona de conforto – como é bom não precisar decidir nada, escolher nada… Mas infelizmente não temos escolha. Desde que roupa vestir, até em quem devemos votar, o mundo está sempre nos cobrando posturas, escolhas, saídas. Não escolher já é uma escolha. E em alguns casos, a pior escolha, e pela qual, cedo ou tarde, pagaremos um alto preço.
Assim é com o pai que não dá a devida atenção ao filho quando este mais precisa. O tempo não volta. Não adianta, anos mais tarde, querer reparar este mal. Ele já estará irremediavelmente enraizado…
Nossa vida deve ser encarada como um oceano. Sua condição natural é o
equilíbrio. Mas vidas e oceanos também estão sujeitos às instabilidades do clima, com ventos mudando constantemente de direção. Para enfrentá-las é preciso construir um barco forte, conhecê-lo em detalhes, revisá-lo e aprimorá-lo constantemente, e pilotá-lo decididamente, sem medo de enfrentar o mar aberto.
Se tempestades soprarem ventos fortes e descontrolados, pode ser melhor recolher as velas e pensar. Talvez buscar um porto seguro ou um estuário tranqüilo, e esperar que as nuvens se dissipem e as estrelas ressurjam, e com elas o caminho.
Mas não se deve esquecer que o porto é apenas uma pausa na viagem, e que barcos não foram feitos para portos, mas para o oceano… O medo nos deixa indefinidamente ancorados no porto.
Se não entramos no oceano, não vivemos, não aprendemos, não navegamos, não conhecemos outras terras…
É isso que você quer pra sua vida?
Eu sei que não!
Pense nisso, e não fuja dos desafios – enfrente-os!
(Claudia Belucci)
. Lições da vida
05/11/2011 por Mário Campello
Cada dia, em nossas vidas, nos ensina lições que muitas vezes nem percebemos.
Desde o nosso primeiro piscar de olhos, desde cada momento em que a fome bate, desde cada palavra que falamos.
Passamos por inúmeras situações, na maioria delas somos protegidos, até que um dia a gente cresce e começa a enfrentar o mundo sozinhos.
Escolher a profissão, ingressar numa faculdade, conseguir um emprego…
Essas são tarefas que nem todos suportam com um sorriso no rosto ou nem todos fazem por vontade própria.
Cada um tem suas condições de vida e cada qual será recompensado pelo esforço, que não é em vão.
Às vezes acontecem coisas que a gente nem acredita.
Às vezes, dá tudo, tudo errado!
Você pensa que escolheu a profissão errada, que você não consegue sair do lugar, ás vezes você sente que o mundo todo virou as costas…
Parece que você caiu e não consegue levantar…
Está a ponto de perder o ar…
Talvez você descubra que quem dizia ser seu amigo, nunca foi seu amigo de verdade e talvez você passe a vida inteira tentando descobrir quem são seus inimigos e nunca chegue a uma conclusão.
Mas nem tudo pode dar errado ao mesmo tempo, desde que você não queira.
E aí… Você pode mudar a sua vida!
Se tiver vontade de jogar tudo pro alto, pense bem nas conseqüências, mas pense no bem que isso poderá proporcionar.
Não procure a pessoa certa, porque no momento certo aparecerá.
Você não pode procurar um amigo de verdade ou um amor como procura roupas de marca no shopping e nem mesmo encontra as qualidades que deseja como encontra nas cores e tecidos ou nas capas dos livros.
Olhe menos para as vitrines, mas tente conhecer de perto o que está sendo exibido.
Eu poderia estar falando de moda, de surf, de tecnologia ou cultura, mas hoje, escolhi falar sobre a vida!
Encontre um sentido para a sua vida, desde que você saiba guiá-la com sabedoria.
Não deixe tudo nas mãos do destino, você nem sabe se o destino realmente existe…
Faça acontecer e não espere que alguém resolva os seus problemas, nem fuja deles.
Encare-os de frente. Aceite ajuda apenas de quem quer o seu bem, pois embora não possam resolver os seus problemas, quem quer o seu bem te dará toda a força necessária pra que você possa suportar e…
Confie! Entenda que a vida é bela, mas nem tanto…
Mas você deve estar de bem consigo mesmo pra que possa estar de bem com a vida.
Costumam dizer por aí que quem espera sempre alcança, mas percebi que quem alcança é quem corre atrás…
Não importa a sua idade, nem o tamanho de seu sonho…
A sua vida está em suas próprias mãos e só você sabe o que fazer com ela…
(Lilian Roque de Oliveira)
24/09/2011 por Mário Campello
Os desafios da alma não são fáceis.
Mas o crescimento que advém da aceitação desses desafios é sempre compensador.
Não aceite viver uma vida medíocre só porque é mais fácil.
O mundo, felizmente, será sempre cheio de desconhecidos, de alturas que nunca foram alcançadas; lugares que nunca foram vistos; idéias que nunca foram pensadas; criações que nunca foram criadas.
Não é preciso que sejam imensas alturas, nem fantásticas idéias, nem estupendas criações…
Basta que seja um pouco mais que seu limite de agora.
Não caia na tentação de aceitar limites confortáveis, onde procurará simplesmente viver do jeito que der e até quando puder.
Se você se esforçar em ampliar os seus limites, um pouco de cada vez, porém sempre mais, sempre se expandindo, descobrirá a verdadeira finalidade da vida e o prazer de vencer o maior dos desafios: o de superar a si mesmo.
Descubra seu caminho, pois ninguém mais pode descobri-lo por você.
E siga-o, pois só você pode trilhá-lo.
Respeite seus sonhos e ideais e nunca, nunca desista deles, pois eles são a única coisa concreta num mundo de sombras em eterna mutação.
.
(Rosana Zoelner)
. Apaixone-se
08/09/2011 por Mário Campello
Amanhã, apaixone-se.
Porque o dia seguinte é o dia mais importante da sua vida.
É no dia seguinte que sabemos se o dia de ontem valeu a pena.
É no dia seguinte que acordamos para a realidade ou dormimos no sonho.
A vida da gente começa no dia seguinte e só existe uma maneira de viver: APAIXONADO.
Por isto dance, dance como se ninguém estivesse vendo você,
Trabalhe como se não precisasse de dinheiro,
Corra como se não houvesse a chegada,
Ame como se nunca tivesse sido magoado antes,
Acredite como se não houvesse frustração,
Grite como se ninguém estivesse ouvindo,
Beije como se fosse eterno,
Sorria como se não existissem lágrimas,
Abrace como se fossem todos amigos,
Durma como se não houvesse amanhã,
Crie como se não existisse crítica,
Vá como se não precisasse voltar,
Faça a próxima viagem como se fosse a última,
Vista-se como se não conhecesse espelhos,
Proponha como se não existissem as recusas,
Brinque como se não tivesse crescido,
Levante como se não tivesse caído,
Mergulhe como se não houvesse medo,
Aprecie como se fosse eterno,
Viva como se não houvesse fim.
Apaixonar-se é um exercício de jardinagem: arranque o que faz mal, prepare o terreno, semeie, seja paciente, espere, regue e cuide.
Terá um jardim.
Mas esteja preparado porque haverá pragas, secas ou excesso de chuvas.
Se desistir, não terá um jardim.
Terá um descampado.
A paixão não se vê, não se guarda, não se prende, não se controla, não se compra, não se vende, não se fabrica.
A paixão é a diferença entre o sucesso e o fracasso.
Entre a dúvida e a certeza.
Entre aqueles que gostam do que fazem e aqueles que fazem o que gostam.
Apaixonados não esperam, agem.
A paixão é o que faz coisas iguais serem diferentes.
Lembre-se que a arca de Noé foi construída por apaixonados que nada conheciam de navegação e de embarcação e o Titanic foi feito por engenheiros profissionais, fabulosos, que queriam mostrar seu poder.
Amanhã, quando acordar, pense se hoje valeu a pena e APAIXONE-SE.
Porque em 24 horas você vai entrar no dia mais importante da sua vida:
O DIA SEGUINTE.
(autor desconhecido)