Quando a minha mente está calma!

04 jun 2012

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foto google

Quando a minha mente está calma, eu acesso uma confiança que é descanso e proteção.
Uma fé genuína na preciosidade da vida.
Sinto que tudo em mim se reorganiza, silenciosamente, o tempo todo.
Que isso tem mais a ver com o meu olhar, com a natureza das sementes que rego, do que eu possa perceber.
Minha expectativa, tantas vezes ansiosa, de que as coisas sejam diferentes, dá lugar à certeza tranqüila de que, naquele momento, tudo está onde pode estar.
Em vez de sofrer pelas modificações que ainda não consigo, eu me sinto grata pelas mudanças que já realizei.
E relaxo.

Quando a minha mente está calma, eu acesso uma clareza que me permite sentir, com mais nitidez, que há uma sabedoria que abraça todas as coisas.
Que o tempo tem uma habilidade singular para reinventar nosso roteiro com a gente, toda vez que redefinimos o que, de verdade, nos importa.
Que há um contentamento perene no nosso coração.
Um espaço de alimento amoroso.
Uma fonte que buscamos raras vezes, acostumados a imaginar a felicidade somente fora de nós e a deslocá-la para distâncias onde não estamos.

Quando a minha mente está calma, os sentidos se expandem e me permitem refinar sensações e sentimentos.
Posso saborear mais detalhes do banquete que está sempre disponível, mesmo quando eu não o percebo.
Nesse lugar de calma e clareza, não há nada a desejar.
Nada a esperar.
Nada a buscar.
Nenhum lugar onde ir.
Eu me sinto sentada sob a sombra de uma árvore generosa, numa tarde azul sem pressa, os pássaros bordando o céu com o seu balé harmonioso.
O meu coração é pleno, nenhuma fome.

Plenitude não é extensão nem permanência:
é quando a vida cabe no instante presente,
sem aperto,
e a gente desfruta o conforto de não sentir falta de nada.

Ana Jácomo