Retroalimentação ou Feedback?

09 maio 2014

Recebi esse Artigo, cedido pelo Coach Alex Ribeiro, como um presente, exatamente na semana oficial de agendamento dos feedbacks da minha empresa!

Meditei muito em tudo o que tenho estudado, e reavivei em minha alma, e em minha conduta de líder as melhores práticas da psicologia positiva para me engajar nesse processo. E posso dizer que, me fez muito bem! Agradeço de coração! Compartilho para que outros líderes possam meditar e colocar em prática essa ciência, a da retroalimentação positiva!

“Uma das maneira mais eficientes de projetar pessoas é retroalimentando elas. Olha que interessante, o nome usado para o processo de feedback em espanhol é Retroalimentação. O nome pode até gerar estranheza para alguns, mas certamente o termo Retroalimentação soa mais leve e menos traumático do que o tradicional Feedback.

Achei o termo Retroalimentação muito interessante porque esta palavra se desvincula do tradicional termo Feedback e seus respectivos sinônimos pejorativos negativos. Basta que lembremos das últimas vezes em que recebemos feedbacks que aquela sensação incômoda aparece. Arrisco dizer que a maioria dos leitores do artigo irá sentir aquele friozinho na barriga só de pensar em receber novos feedbacks.

Pensando no assunto Retroalimentação lembrei do modelo tradicionalmente usado, o Feedback sanduíche, e fiquei preocupado ao correlacionar os possíveis resultados dessa e das demais abordagens com relação às melhores práticas das relações construtivas, das conversas eficazes e do modelo de processamento cerebral.

Apesar das inúmeras e inevitáveis pressões do dia a dia por resultados de curto prazo, e da formalização tradicionalmente exagerada dos processo de avaliação de desempenho nas empresas, nosso cérebro não mudará o seu modelo de processamento! É fisiológico. É neste ponto que a maioria das empresas e seus respectivos representantes introspectam a negação com relação a eficácia deste processo de feedback, adotando um cronograma e premissas rígidas e generalistas que serão replicadas para toda a organização. Que impressão fica? Arrisco uma visão: Processo formal e obrigatório sem eficácia e desmotivador para a grande maioria dos colaboradores. Como executivo eu sempre tive a impressão de que as épocas do ano de menor desempenho da empresa eram justamente as épocas dos recebimentos de feedbacks.

O que acontece ao recebermos uma convocação para uma entrevista de feedback? Geramos expectativas, e com exceção de um grupo de pessoas naturalmente otimistas e/ou absolutamente confiantes em todos os aspectos da vida, a grande maioria irá lembrar de vários insucessos do ano contra pouquíssimas realizações positivas. Com esta expectativa negativa criada o profissional entrará em um estado emocional de estresse que reduzirá a atuação do neo cortex (cérebro racional) sobre o assunto. Então o profissional começará a se preparar para atacar ou defender. Pessoas funcionais começam a anotar justificativas e a procurarem culpados enquanto pessoas disfuncionais podem até tomar atitudes contra a própria vida e a dos colegas da empresa. A esta altura o que o profissional fez bem feito durante o ano já ficou em segundo plano!

Em um curso de neuroliderança que tive a oportunidade de participar no Rio de janeiro em 2014, ministrado pelo excepcional Coach Executivo e profundo conhecedor de neurociência o Carlos Diz, um dos temas foi justamente a “conversa eficaz”, aquela na qual a comunicação atinge seus objetivos. Durante este tema o Carlos citou também o processo imunológico realizado pelo nosso cérebro ao receber sugestões e idéias. Se quem escuta não compra a ideia do outro, o cérebro trata de encapsular esta ideia ou sugestão e destruí-la, sem julgamento de valor, ou seja, pode ser a melhor idéia ou sugestão do mundo e ainda assim será veementemente desprezada.

A retroalimentação é um processo de doação de quem o oferece, e precisa de muita energia e tempo dedicado para que seja eficaz.

Possíveis melhorias no processo de retroalimentação? Além da tradicional recomendação de dar feedbacks constantes vale citar algumas ideias como:

· Ampliar a constância dos feedbacks com uma estratégia de reforço aos estados emocionais positivos e adequados, usando a proporção de 10 x 1, é isso mesmo, 10 feedbacks completamente positivos para cada um que possa parecer, ou seja negativo. Pesquisas indicam que esta é a proporção entre feedbacks positivos e negativos para que as pessoas que recebem estes feedbacks estejam efetivamente abertas e respeitem o suficiente ao interlocutor a ponto de processar, e principalmente agir para mudar o que for necessário;

· Planejar os feedbacks com antecedência com foco no que a pessoa vai querer ouvir, nos benefícios diretos e no que será realmente importante para ela, e não no que você ou a organização querem.

Parto do princípio de que a maioria dos leitores deste artigo tenha grande experiência com o tema e por isso não investi tempo apresentando todos os modelos de feedback atuais ou as regras para uma conversa eficaz. A intenção foi falar sinteticamente do processamento cerebral envolvido e também gerar novas reflexões sobre o tema que ajudem a ampliar abordagens quando um processo de “Retroalimentação” for necessário, colaborando para que mais pessoas possam ser projetadas.”

Alex Ribeiro