Minha referência brasileira no tema Marca Pessoal da Liderança é a coach Waleska Farias, a quem já sigo seus artigos, livro, workshops, sua trajetória tanto no Rio quanto em São Paulo já há uns 6 anos.
Conversei com ela sobre estar debatendo esse tema nos artigos de julho do site e obtive sua autorização para compartilhar seus textos, publicados em seu blog. Agradeço a confiança e indico seu trabalho para palestras e consultorias. Estamos sempre conectadas!
Escolhi hoje: Liderança é Marca Forte. Não infalível, que segue:
“A infalibilidade do líder é a sua maior vulnerabilidade.
O conceito de liderança cada vez mais tem se vinculado ao critério de perfeição como condição de sucesso.
O glamour no mundo dos negócios associado ao conceito de alta performance, tem feito com que muitos líderes, na ânsia de mostrar-se extraordinário pela necessidade de ser percebido por uma lente diferenciada, criem personagens perfeitos para angariar reconhecimento.
Títulos, chancelas, pompas e regalias de um mundo que na expressão de perfeito convoca o irreal e alimenta o mito da perfeição idealizada.
Lideranças bem-sucedidas, desempenhos acima da média, relações perfeitas e resultados excepcionais.
Nenhum registro de insucesso.
Tudo sempre em viés de alta.
Muitos, conectados a máscaras sociais com discursos politicamente corretos, projetam uma imagem de infalíveis e fogem ao requisito de ser antes de aparecer, distanciando-se do que lhes permite ser autêntico, verdadeiro.
Excelência, sim.
Perfeição, não.
Profissionais incríveis, equivocamente, subestimam o benefício das falhas no autodesenvolvimento e no desenvolvimento dos seus.
Todas as vivências têm um propósito maior.
Se as experiências bem-sucedidas oferecem aprendizado, as malsucedidas vivenciadas em cenários de riscos e incertezas, além do aprendizado, o incremento da maturidade.
Mas, poucos conscientes da importância do erro como insumo essencial à construção do caráter do líder, transparecem uma perspectiva honesta sobre a realidade da vida.
Afinal, falamos de líderes ou super-homens?
Considerando que na condição humana não existe perfeição, aparentar ser perfeito foge ao que confere ao indivíduo o direito de ser humano, comprometendo o sentido do que é real.
Não é sobre ser o melhor, mas, na busca da excelência, reconhecendo os pontos fortes e as necessidades de melhoria, exercer o seu melhor.
As pessoas não precisam de líderes perfeitos, mas, humanos.
Se equívocos e imperfeições também constituem o profissional, por que então omiti-los?
Conduta transparente transmite credibilidade e gera engajamento.
Um gestor de pessoas, antes de tudo, deve estar apto a dar o exemplo com base em quem ele, de fato, é, na consideração do que sabe e, também, do que desconhece.
Excessos revelam falta.
A infalibilidade do líder é a sua maior vulnerabilidade.
O anseio em querer ser melhor do que realmente é compromete a autenticidade da marca pessoal do líder e o distancia da responsabilidade de se tornar referência para aqueles a quem lidera.
Quando o esforço do líder está em aparentar ser infalível, o sentido de liderar pelo exemplo é sacrificado, pois mais do que de estereótipos perfeitos, as equipes precisam de um referencial de liderança autêntico para seguir.
Assim como respostas prontas não convencem, líderes perfeitos pouco acrescentam, pois não geram conexão.
É honesto ser verdadeiro e compreender que marca forte não é sinônimo de infalibilidade.
A humildade do líder em compartilhar receios, assumir falhas e reconhecer não saber, além de torná-lo mais acessível o liberta do peso de ser infalível.
Aqueles que superaram batalhas bendizem seus erros e honram suas cicatrizes.”