Projetar Pessoas por Georgia Möller

12 jan 2012










Georgia Möller e sua linda filha

1-Perfil do Entrevistado 

Georgia Möller
Sou graduada em Jornalismo há 18 anos e acumulei  experiência na área de Comunicação Corporativa.


Iniciei minha carreira em redações na extinta Bloch Editores (Pais & Filhos e Manchete) e depois na Editoria Internacional da Folha de São Paulo. Entrei no mundo Corporativo e dele não mais sai.  Trabalhei em grandes empresas da área de Tecnologia, Serviços Públicos, Telecomunicações  e Varejo, como Light, Intelig e Boticário Franchising.

Hoje trabalho na Ogilvy PR e desenvolvo trabalhos de Issues Management, Stakeholder Engagement e gerenciamento de crises para grandes clientes como Shell, Vale, Bradesco Seguros, Vororantim, etc. Mas, o que acabou me levando para este mundo da Comunicação foi uma insaciável curiosidade que sempre tive por praticamente tudo.  Antes de fazer jornalismo cursei  faculdade de odontologia ( adorava ciências!).


Terminei a faculdade e fui correndo, com meu diploma na mão, para a de Comunicação.

Nesta área pude entrar em vários ramos de conhecimento sem ser uma grande especialista e fui seguindo alimentando minha curiosidade. Nas horas vagas, adoro o mar, artes de forma geral e viajar.  A música, a literatura  e o cinema despertam minha paixão. Procuro estar sempre atualizada e revisitando os clássicos.  Acho que isto tem a ver com minha alma taurina. Assim a melhor coisa a fazer é ler bastante e circular por aí.

Recentemente comecei a escrever um Blog (Diversão em Família) onde compartilho informações de viagens e passeios que faço com minha filhota de 10 anos.  Estou adorando, pois escrever sobre os lugares que visitei me dá a chance de reviver experiências e relembrar os detalhes gostosos destes momentos.


2-Para você o que é Projetar Pessoas?


Projetar pessoas é essencialmente dar ferramentas para que o indivíduo possa construir seu caminho.  Este é um conceito bem amplo, por que quando penso em ferramentas, eu não estou falando somente em objetos que auxiliam na execução de um trabalho, mas em conhecimento, experiências e até suporte emocional.


É a velha história de “ensinar a pescar no lugar de entregar o peixe a quem tem fome”.

No trabalho, sempre procuro mobilizar as equipes que estão sob minha responsabilidade, delegando as tarefas mas dando o máximo de ferramentas para que cada um possa desempenhar da melhor forma possível.  Para isso, é importante prestar atenção nas pessoas.  Realmente enxergá-las, para identificar suas fortalezas e fraquezas, e ajudá-las no que for possível.  Passar suas experiências na dose certa, e deixar com que eles também aprendam sozinhos a partir de sua própria vivência. Hoje, particularmente, trabalho com uma equipe bem jovem, que aprende muito comigo, mas que também me ensina muito.  Pode parecer clichê, mas nesta altura do campeonato já aceitei que a maioria das coisas boas da vida são clichês.  Comecei a escrever meu blog, por exemplo, pelo incentivo de uma menina da minha equipe, que domina o mundo digital e me ensinou bastante o suficiente para a empreitada. Em família, criar uma filha é a essência de projetar uma pessoa. É uma experiência fascinante ( lá vem de novo o clichê), com todo o aprendizado esforço e dificuldades que fazem parte do pacote. Não é fácil e é um exercício constante, do qual não há descanso. Eu adoro ser mãe! É minha prioridade.

Adoro meu trabalho, até por que a experiência que ele me dá no trato com todo o tipo de pessoas me dá material riquíssimo para entender o mundo e a vida em sociedade, o que me ajuda muito a criar minha pessoinha. Enfim, com a minha filha faço a mesma coisa: equipo a caixa de ferramentas dela da melhor forma possível para que ela se torne uma pessoa bacana, que desenvolva suas habilidades e possa ter uma vida significativa.


Resumindo: o  mais importante quando falamos em projetar pessoas, é tomarmos o cuidado de entender que não podemos nos projetar nas pessoas.

Podemos ter muito a ensinar, mas ela vai trilhar o caminho sozinha e vai colocar a sua marca. È inevitável!


3-Conte uma vivência aonde você foi projetado enquanto pessoa.

Foram muitas situações, mas vou destacar uma que foi o grande divisor de águas.

Quando decidi que não ia mesmo ser dentista, os meus pais foram bastante compreensivos. Claro que para eles, que investiram na minha educação durante os quatro anos da faculdade, era um choque esta notícia. Mas em nenhum momento ouvi sermões ou frases do tipo “ vai jogar tudo isto no lixo”, “você perdeu tempo”, “o que vai ser agora??”. Pelo contrário, eles sempre conversavam comigo com o intuito de me ajudar a entender para onde eu queria ir a partir dali. Para mim, este momento foi bastante doloroso, afinal é fácil você ter a sensação de desperdício de tempo, de juventude, etc...

Além da dúvida enorme e o medo de escolher novamente o caminho errado.  Esta tranquilidade e segurança que eles me passaram foram fundamentais, para eu ter equilíbrio emocional para fazer a minha nova escolha. Sou muito grata a formação que tive dos meus pais, que sempre me deram todas as ferramentas que precisei para ser a pessoa e profissional que sou. A minha tarefa é fazer bom uso delas.


4-Cite uma situação em que você pôde contribuir para a projeção de uma pessoa


Eu nunca tive receio de dividir louros com as pessoas que trabalharam comigo em equipe. Mas, na verdade, a natureza do meu trabalho no mundo corporativo é o de fazer tudo para os executivos “brilharem” no fórum da mídia ou das relações públicas.

O meu trabalho é de consultoria, de bastidor. Elaboro as melhores mensagens, defino discursos, treino os executivos para darem palestras, participarem de encontros com autoridades, darem entrevistas para a imprensa, participarem de audiências públicas, motivarem suas equipes, etc. Quem aparece para o público interno ou externo são eles.

Se eles dão uma boa entrevista que contribui para a construção de uma boa e sólida imagem corporativa, meu trabalho foi bem feito.


5-Passe uma mensagem para o Projetando Pessoas


A vida tem que ser vivida de forma significativa. Ou seja que você tenha um significado para as pessoas que te rodeiam e que as suas escolhas profissionais e pessoais façam sentido para você. Não se deixe levar pelo desejo dos outros, pela necessidade dos outros. È importante avaliar sistematicamente o que faz sentido para você e se você está vivendo de acordo com isso. É tão básico, mas as pessoas se esquecem disso e se deixam levar pelo senso comum, muitas vezes atropelando quem está no caminho.

Siga seus valores e princípios e seja coerente com isso, com certeza a vida vai ficar mais leve e tranquila.


6-Sugira o que gostaria de encontrar no blog Projetando Pessoas no próximo ano do blog

 

O Blog é ótimo e desperta muitas reflexões. Gostaria de encontrar sempre entrevistas com pessoas de todos os tipos. As vezes, nós que somos “bichos” corporativos, nos esquecemos que existem outras formas viáveis de se viver.

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