Projetar Pessoas por Kátia Machinez da Cunha

17 jul 2014

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1-Perfil do Entrevistado:

-nome:

-atividade desempenhada:

-descrição de sua experiência/perfil:

Sou Kátia Machinez da Cunha. Professora de matemática lecionando a 14 anos na escola Municipal Presidente Médici e na Escola Estadual de Ensino Fundamental Visconde de Mauá. Tenho pós-graduação em Supervisão Escolar pela UFRJ e em Neurociências Aplicadas a Aprendizagem pelo IPUB/UFRJ, e agora também sou Personal & Professional Coaching com nicho na área educacional para o desenvolvimento de alta performance em estudantes que se preparam para concursos de excelência.

 2-Para você o que é Projetar Pessoas?

É acreditar nelas, mesmo quando elas não acreditam. É incentivá-las a dar o melhor de si em busca do crescimento contínuo, conscientizando-as de que quanto maior for o desafio, mais forte e determinada ele precisa ser. É orientá-las que a realização de um sonho depende do quanto ela está motivada intrinsecamente e comprometida com as difíceis etapas necessárias para a realização deste sonho.

 3-Conte uma vivência aonde você foi projetado enquanto pessoa:

Eu buscava compreender como se processa a aprendizagem da matemática no cérebro, como as pessoas se motivam e se superam, então fui pesquisando cursos na área de neurociências na internet e encontrei o Núcleo de Divulgação Científica e Ensino de Neurociências (CeC-NuDCEN), onde conheci o professor Alfred Sholl-franco e todo o grupo. Mesmo sem entender nada sobre neurociências, fui muito bem recebida por todos do grupo, logo me integrei ao Núcleo de Pesquisa em Neurociências e Educação (Neuroeduc), depois iniciei a Especialização em Neurociências Aplicada a Aprendizagem (IPUB/UFRJ) e o professor Alfred aceitou ser meu orientador. Ele foi me conduzindo de forma brilhante e me fazendo ficar cada vez mais apaixonada pela matemática e pelas neurociências, sou muito grata por tudo que ele tem feito por mim.

 4-Cite uma situação em que você pôde contribuir para a projeção de uma pessoa :

Desenvolvo o Projeto Abrindo Horizontes na escola municipal Presidente Médici onde leciono a 14 anos.  Minha maior preocupação com os estudantes é que na fase da adolescência, período onde ocorrem as transformações físicas, sociais, emocionais e cognitivas, acontecem os dois períodos de transição acadêmica: do ensino fundamental para o médio, normalmente aos 14 anos e depois para a universidade aos 17 ou 18 anos e grande parte destes adolescentes, principalmente os de baixa renda, desperdiçam esse momento.

Nas escolas públicas municipais os alunos ao final do 9º ano passam para a rede estadual automaticamente (matrícula fácil) sem terem noção do que está acontecendo, conformando-se em passar do ensino fundamental para o médio.

Alunos que podem pagar cursinhos preparatórios tem acesso as informações sobre concursos públicos de acesso ao ensino médio em escolas de qualidade comprovada e se preparam para participar destes processos seletivos, mas a grande maioria nem sabe que esses concursos existem.

Isso aconteceu comigo quando era estudante e retornando a escola como professora resolvi que não permitiria que o mesmo acontecesse com os meus alunos. Por isso criei este projeto que visa orientar, conscientizar, motivar, ensinar a aprender, desenvolver autonomia intelectual e preparar os alunos da escola, gratuitamente, para passarem nos concursos públicos de acesso ao ensino médio em escolas como: Pedro II, CapUFRJ, CTUR-UFRRJ, IFRJ, CEFET, Colégio Militar, EPSJV-FIOCRUZ e FAETEC. Além de encaminhá-los para bolsas de estudos pelo ISMART e Projeto Colibri da Aeronáutica.

Nestes 10 anos temos tantas vitórias que daria para escrever um livro. Mas só para ter uma ideia, este ano dois alunos irão se formar na Escola Naval, uma aluna vai se formar em Engenharia Química na UFRJ, no ano passado uma aluna se formou em matemática na UERJ e este ano já iniciou o mestrado, outro aluno se formou em Desenho Industrial pela PUC onde conquistou bolsa integral e vários estão na universidade e em carreiras militares. No ensino médio vários alunos estão no Pedro II, uma aluna da CTUR-UFRJ, uma na EPSJV-FIOCRUZ, dois bolsistas no PH (pelo ISMART), uma bolsista que se formou no Santo Inácio (pelo ISMART), cinco bolsistas no ELITE (pelo projeto Colibri), vários na FAETEC, além de outros.

As pessoas não acreditam que os alunos carentes de escolas públicas que não podem pagar cursinhos passem em concursos, mas os meus alunos provam que isso é possível, não só passam como muitos conseguiram as melhores colocações como 1º, 2º e 3º lugares usando dois ingredientes essenciais: MOTIVAÇÃO E ESFORÇO. O melhor de ter um projeto de tanto tempo é perceber que aqueles estudantes que se prepararam e prestaram concursos no 9º ano (mesmo os que não passaram na época), tiveram uma postura diferente no ensino médio, não desperdiçaram tempo e energia, focaram nos estudos e passaram no vestibular direto sem fazer nenhum cursinho preparatório. Estando motivados eles aprenderam a aprender, tornaram-se autônomos em relação ao conhecimento e correram atrás dos seus sonhos.

Tenho um blog de orientações com a história de alguns desses alunos brilhantes

profkatia2007.blogspot.com).

 5-Passe uma mensagem para o Projetando Pessoas:

Imaginem um campo de futebol sem as traves. Imaginem como seria esse jogo.

Qual seria o sentido deste jogo? Qual seria a graça desse jogo? Que motivação os jogadores teriam para passar horas e horas treinando?

Você sabe o significado de Goal?

Significa objetivo. Assim como um jogo sem traves não teria sentido nem prazer, uma vida sem objetivos também não tem.

Então tenham sonhos, tenham objetivos e assim terão a motivação necessária para lutar por eles e realiza-los.

 6-Sugira o que gostaria de encontrar no Projetando Pessoas no próximo ano do Site:

Talvez encontrar o depoimento de pessoas que conquistaram seus sonhos servindo de inspiração para outras pessoas.
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